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Timidamente, mas já comprometendo planos pessoais e a segurança do que foi conquistado, os profissionais já sentem as consequências da crise. A instabilidade financeira dos dias atuais acaba despertando incertezas e preocupações que podem influenciar as relações familiares e no ambiente de trabalho.

Em meses na qual as demissões ultrapassam 23% comparado ao último trimestre, segundo dados do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, as empresas e os profissionais precisam se adaptar à nova realidade do mercado, mantendo seu quadro de funcionários enxuto e criando estratégias que gerem mais resultados.

Mas como se adaptar às mudanças econômicas? O que é preciso entender e fazer para manter seus colaboradores produtivos? Jenifer Terra, Gestora da DígithoBrasil, empresa de desenvolvimento de softwares localizada em Campo Grande/MS, explica que um dos principais pontos a ser trabalhado é o engajamento da equipe através de objetivos claros e auto-organização. Especialista em Gestão 3.0, um recente movimento de mudança na área de gestão, Jenifer esclarece que oferecer um propósito claro com autonomia para a tomada de decisões, deve ser um processo natural dentro de qualquer organização. “Dessa forma conseguimos maior envolvimento da equipe com as suas atividades e consequentemente com a empresa gerando grande comprometimento com o trabalho que está sendo desenvolvido e principalmente com os seus resultados”, diz a gestora. Este tipo de processo deve ser diluído em toda a empresa, partindo de gestores que tenham uma visão colaborativa, inclusiva e com liberdade para tomada de decisão.

Apresentado por Jurgen Appelo, no livro Management 3.0, este modelo de gestão tem como principal foco a redefinição do conceito de liderança, onde o trabalho colaborativo facilita a conquista de objetivos e a manutenção da satisfação do colaborador no processo e na empresa. Por meio de novos conceitos e ideias relativas a motivação do time e a auto-organização, a Gestão 3.0 torna a tomada de decisão descentralizada e prepara o gestor para intervir no sistema, criando ambientes favoráveis para a conquista de melhores resultados.

Um dos caminhos apontados para estimular este envolvimento é o aumento da autonomia das equipes, que tem como consequências a entrega de melhores resultados para o cliente, a formação de novos líderes, o aumento da participação dos colaboradores, a diminuição da rotatividade e uma maior aceitação dos valores da corporação. Em tempos de instabilidade, empresas que construíram este alicerce, saem na frente.

A incorporação de conceitos como empoderamento (“empowerment”) e auto-organização permite que o profissional se conheça melhor e se desenvolva de forma mais rápida e favorece a ampliação de vínculos entre os colaboradores, a gerência e a direção que, com o auxílio de feedbacks contínuos e outras práticas, passam a ter percepções mais claras e uma maior confiança no trabalho individual e naquele realizado pelos setores.

Reestruturações operacionais, como a redução de custos e a identificação de novas oportunidades, podem não ser particularmente eficazes se não houver engajamento daqueles que realizam o trabalho e que conhecem o dia a dia do negócio e do cliente. Além do aumento na produtividade, os investimentos em práticas que motivem a equipe, muitas vezes, resultam nas inovações e soluções necessárias para a superação dos tempos de crise.

Investir na formação da equipe, é com certeza um grande aliado, no entanto vale lembrar, que este tipo de construção se dá a longo prazo.

Sua empresa está preparada?