Nada

por Misha Gibson

171 Todo Dia

Terça, 11 De Abril De 2017 ás 06:00

Devo minhas desculpas para vocês por não ter aparecido por aqui na semana retrasada. Eu não dei conta dos meus afazeres, fui atropelada por um caminhão de nada. Sim, porque eu fiquei pensando o que aconteceu de extraordinário que me fez perder o controle das coisas que  eu deveria ter sob controle. E eu não achei nada. Nada mesmo.

Eu poderia dizer que foi o computador que não funciona direito, ou que foi a falta de inspiração, ou ainda que meus afazeres se acumularam. Não ia estar mentindo em nenhuma das situações. Podem imaginar que eu deixei a minha declaração de IR pela metade e não consegui terminar ainda?

Mas, eu também fiquei com preguiça de sentar ao computador as 22:00 do domingo, e ter de pensar sobre o que ia escrever e escrever de fato. E a minha segunda foi extremamente ocupada tanto no trabalho quanto em casa. O resultado foi esse que vocês viram, o nada.

Vocês já pararam para pensar sobre o que se acumula dia a dia sobre você? O que é que te toma tanto o tempo? Por que é que (culturalmente até) chegamos atrasados e esbaforidos para os compromissos?

Eu deixo para pegar o pequeno na escola no último instante. Mesmo sabendo que até eu chegar lá levo no mínimo 10 minutos. Primeiro porque evito o tumulto da saída e depois porque algumas vezes 3 minutos fazem muita diferença no meu trabalho. Mas, a gente pode viver culpando o trabalho por nossas faltas? E no dia em que o pequeno quer sair e você está lá morrendo de sono e cansaço? É o trabalho também, ou é a sua preguiça em pensar em ter disposição para acompanhá-lo?

Somos donos da procrastinação, é verdade. Podemos deixar tudo para mais tarde, então deixamos. Mas, também, somos mais multifunção do que canivete suíço. Somos filhos, pais, namorados, esposos, alunos, trabalhadores. Eu ajudo com o artesanato da minha mãe, quando tem muita encomenda. Eu trabalho 9 horas por dia no meu trabalho normal. Eu ainda estudo com o pequeno quando tem prova. Eu ainda tenho minhas aulas de Muay Thai - que geralmente são as que eu mais sacrifico quando o tempo aperta... E o dia vai se desenrolando/enrolando em dia que vira noite que vira outro dia.

E nisso tudo, quando é que estamos realmente conectados com a vida que se esvai no decorrer dos minutos, ligados no momento e não ao celular, a internet, com as pessoas?

Outro dia li uma matéria que enaltecia uma mãe americana que agradeceu no facebook a um estranho, que no auge da sua presença e afeto, se conectou a um menino que tinha problemas em se relacionar com as pessoas. O menino tocou o braço do senhor e o senhor retribuiu conversando, acarinhando, rindo e fazendo rir. E, graças a este post, a mãe do menino conseguiu saber quem era o doce estranho e uma amizade de vida e almas foi estabelecida. O senhor não sabia da condição do menino, foi apenas espontâneo oferecendo a sua presença de espírito. E este nadinha para ele se transformou em duas vidas coloridas.

E você, já transformou o seu nadinha em algo especial??


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