Onde vende paciência?

por Misha Gibson, que precisa de mais do que respirar fundo

171 Todo Dia

Terça, 14 De Fevereiro De 2017 ás 07:00

Anteontem eu li um texto a respeito de mães e seus filhos. Lá descrevia cenas que toda mãe (e às vezes o pai) vive com seus pequenos. Começa assim: você tem que arrastar o seu filho para colocar a roupa, depois você tem que colocar a roupa nele a força e entre os tapas e chutes que o pequeno te dá. Depois você arrasta até o carro e dirige com ele gritando que não quer ir. Aí, com imissões de alívio e dor na consciência, você deixa aquele pequeno serzinho na escola. Aí você passa o dia preocupado em saber quantas cenas ele fez na escola. Já imagina que quando chegar para buscá-lo, vai ser chamado pela diretora da escola para não deixá-lo mais lá. Sofre antecipadamente pensando em qual outra escola vai ter que matricula-lo.

Quando enfim chega a hora de buscar o pequeno, repassando todo o discurso apologético que criou no caminho, encontra a professora sorridente e acha que ela está aliviada por entregá-lo de vez. Aí faz a fatídica pergunta: foi tudo bem?

Geralmente a resposta é: o seu filho é uma graca! Mas pode variar entre: ele é tão educado até o ele é um anjo! Ele fica tão bem aqui.... Nisso, o pequeno te vê! Corre para seus braços e.... quer te bater, quer puxar sua roupa, se joga do seu colo, começa a chorar ou. Ter acesso de raiva.

O texto que li foi brilhante ao dizer que os pequenos se sentem tão à vontade com a mãe que aproveitam a presença dela para extravasar suas frustrações. E não exatamente porque a mãe (ou o pai) são ruins.

Ler sobre isso acalmou um pouco a minha própria frustração, quem dera eu soubesse disso antes. Mas,consigo compreender um pouco as atitudes do meu pre-pre-adolescente. Ele continua fazendo cena na minha presença, e consigo pensar até que graças aos céus ele faz cena comigo. Mas, gostaria muito que ele aprendesse a dizer suas frustrações ao investe fazer a cena. Onde é que vende a paciência?

Eu não sou o poço de paciência da harmonia, como alguém pode erroneamente achar. Minha paciência termina onde eu acho que existe o descaso, ou a falta de compromisso, ou a falta de raciocínio, ou ainda a falta de entendimento. Então, eu não sei dizer se exijo muito ou se minhas expectativas são muito altas. O que fazer quando eles nos tiram do sério e se sabe que não é bem culpa deles?

Aí, quando você está estressado até a última gota, quando você não vê mais fim do túnel, quando você está prestes a desistir, ele te fala: pronto, acabei a tarefa. E sorri. E no fim da noite ele emenda: eu te amo.

E agora, faz o que com o seu estresse?

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